quinta-feira, 14 de julho de 2011

12 de julho de 2011.

O dia mais triste da minha vida... A dor foi imensa, insuportável.
Fui dormir na casa de um primo. Tomei um banho, me troquei, e fui me deitar.
Antes de dormir, curvei minha cabeça, entrelacei meus dedos, uns com os outros, e orei. Orei pra que tudo desse certo, que a senhora tinha muito o que viver, e muitas coisas pra ver, muitas alegrias pra presenciar ainda. Adormeci rápido, quando acordei, o dia ja estava claro, por volta das oito horas. Estava meio sonolenta, e ouvi o barulho da porta do quarto se abrindo, e logo vi minha tia entrando.
Ela sentou na cama, e com um olhar triste pra mim, me disse as seguintes palavras :
Eu tenho uma noticia ruim pra te dar... Aquela voz tão serena, soou como uma barulho perturbador. Quando ela me disse, fiquei sem reação, sem movimentos. Após um momento, eu disse : não acredito. E era a pura verdade. Tentava em minha mente achar uma solução, aquilo era demais para mim, não era possivel, não, com certeza não era. O espanto me fez ficar um momento imóvel, em transe, sem saber o que fazer.
Depois do que minha tia disse, daquela palavra, eu não prestei mais atenção em nada do que ouvia, tudo soava como um barulho comum, uma lingua estranha. Depois de um certo tempo, eu não mais deixava de acreditar, e sim me perguntava, como isso foi acontecer? Como deixei isso acontecer?
Tudo passou na minha cabeça como um filme... Tudo o que vivemos juntas, todas as lutas que enfrentou, todas as vitórias que conquistou com sua força, com sua garra, todas as conquitas que vivenciamos. Todos os momentos felizes que presenciamos.
Todas as vezes que nos fez rir com suas palhaçadas e suas palavras erradas, com seu jeito mandão, mas que sempre estava pronta pra nos ajudar, aconselhar, cuidar, proteger, amar.
Eu questionava a Deus o porque de tudo isso, como o senhor foi deixar tudo isso acontecer...
Mas depois me conformei, entendi, que a sua missão aqui na terra estava completa. Deus quer ao lado dele pessoas boas, então as leva, e os humanos que permanecem aqui na Terra, ainda tem muito o que aprender.
Obrigada por tudo minha vó, meu anjinho, minha segunda mãe, obrigada pelos conselhos, pelas broncas, pelos bens materiais, pelo amor, obrigada por ser a pessoa que é e sempre será. 
Guie meus passos, não me deixe ir pelo caminho errado da vida, pra que eu possa fazer jus a tudo o que a senhora fez um dia por mim. Eu te dedico todas as minhas conquistas daqui pra frente, todo o meu sucesso concedido... Pois a senhora não está aqui em sua forma fisica pra ver, mas com certeza esta vendo tudo daí de cima.
Me dói saber dos abraços que deixei de dar, das palavras que deixei de dizer, me dói saber que deixei você partir sem dizer o quanto eu a amo.
Eu te amo para sempre minha vó querida, vou correr por você até depois do fim.
'' Me sinto só,
mas sei que não estou,
 pois levo você, no pensamento,
meu medo se vai,
recupero a fé,
e sinto que algum dia, eu ainda vou te ver''

Juliana Craveiro.

Um comentário:

  1. Jú, que post lindo. Você flui com as palavras de um modo espetacular. Consegue descrever seus pensamentos e sentimentos de um modo que a pessoa que está lendo consegue sentir o que você sentiu na hora que escreveu. Lindas palavras.

    Ass: Leandro, seu amigo para todas as horas...

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